19 Joaquim Durão
“Senhora
à Varanda”
Aguarela
31x41
cm
450,00€
Com
uma mente aberta à realidade que o rodeia, a pintura de Joaquim Durão tem uma
característica que logo salta à vista. As pontes geometricamente construídas,
as sombras retratadas no local exacto e o casario minucioso são elucidativas
que o factor pormenor tem lugar cativo na obra do pintor. "Quando queremos
fazer um quadro temos de o retratar convenientemente. Fascina-me criar beleza
através da Natureza, onde todos os elementos fazem falta. Todos mesmo!" Na
pintura, todavia, nem todos os rabiscos devem ser considerados arte. Ou
deveriam, conforme também testemunhou Joaquim Durão, dando conta do facilitismo
que muitas vezes verificamos naquilo que supostamente é classificado como arte.
"A pintura abstracta é muitas vezes a forma que os artistas utilizam para
fugirem às dificuldades, aos pormenores. A maior parte dos novos artistas não
tem formação em desenho", frisa Joaquim Durão, homem que sempre nutriu
paixão pela pintura desde "a infância. Lembro-me que o meu primeiro
desenho foi uma cara numa caixa de sapatos."
De
uma caixa de sapatos, veio o mundo, um novo universo pintado a todas as cores,
muito por boa culpa de um amigo. "Alfredo Martins foi a pessoa que mais me
influenciou para eu ser pintor" Agora a tempo inteiro, a vida de Joaquim
Durão foi também dedicada às artes gráficas, nomeadamente na reprodução de
obras de arte e tratamento de fotolitos. Hoje, a casa de Joaquim é um
verdadeiro museu, com todas as salas a possuírem obras sem fim. "São cerca
de 3 mil", testemunha ressalvando que em todos eles descobriu algo de
especial. "Sou versátil pois trabalho com vários tipos de materiais.
Contudo, costumam dizer que o meu trabalho de maior qualidade está nos
trabalhos de pequeno formato". Aí, dizem os especialistas, é que o talento
de Joaquim Durão vem à superfície, ele que produz desenhos com uma facilidade
incrível. "Por vezes aproveito os meus trabalhos de pequeno formato para
depois fazer quadros de grande envergadura."
E
por falar em talento...sabemos que a questão é repetida vezes sem conta mas o
que é facto é que a sua pertinência se mantém. Arte, talento, consequência de
muito trabalho ou mesmo uma mescla das duas características? "Podemos
cultivar os nossos conhecimentos sobre pintura e julgo que qualquer pessoa tem
a capacidade de pintar. É claro que há aqueles que são mais capazes e há mesmo
pintores especialmente dotados, como Picasso que foi um génio." No leque
de referências há lugar também para outros artistas. Durão falou de António
Macedo, Marques de Oliveira, Henrique Pousão, António Ramalho e, a nível
internacional, um louvor especial para o trabalho de Sir John William
Waterhouse. Apreciador de música clássica, que ouve muitas vezes enquanto
pinta, Joaquim lembra toda a pintura de final do século XIX, em especial o
impressionismo, período no qual se "fazia um disfarce de um retratamento
muito real das coisas, subtraindo ou acrescentando detalhes por forma a
construir, muitas vezes, um novo significado. É preciso ver que a invenção da
fotografia revolucionou o mundo da pintura."
Novas
visões surgiram mas o que é certo é que a palavra qualidade mantém o seu
significado. E para Joaquim Durão é sinónimo de trabalho, devoção, atenção ao
ínfimo numa tranquilidade vista em cada pincelada. "Como diria Van Gogh
uma boa pintura deve ser vista ao perto e ao longe. Procuro mostrar o belo da
Natureza", conclui.
Gil
Nunesoutores Alberto Uva e Fernando Ferrão Moreira.
Comentários
Enviar um comentário